My Bloody Valentine- MBV (2013)
11-09-2013 14:09Free My Mind
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O tempo não passou por uns My Bloody Valentine que em «mbv» só se comprometem com o amor próprio e com a partilha com os fãs. É um bom exercício de auto-citação, contudo, de uma banda que se actualizou ao nível das telecomunicações.
«mbv» é o irmão mais novo de «Loveless» que podia ter saído em 1993. Qual é a grande diferença para a época? A forma como nos chegou aos ouvidos e o buliço que despertou nas redes sociais.
Era de todo impossível na época e não apenas pelas telecomunicações que não existiam. Há vinte anos, os My Bloody Valentine eram apátridas enfaixados entre o rock americano de Seattle e uma pop emergente britânica que descendia daqueles que tinham drogado as guitarras como os Stone Roses ou os Primal Scream.
À esquerda desse matagal de autores de tra-la-las, Kevin Shields e o seu combo adicionavam dezenas de efeitos às guitarras e criavam uma pop sonhadora coberta por um manto de delay que abria a porta a uma viagem espacial.
Vinte e dois anos depois do soberbo «Loveless», «mbv» procura a perfeita repetição e só não tem refrões como o de «Only Shallow». É premeditado: o único compromisso assumido por Shields e trupe de produtores de ruído é de amor próprio e partilha com os fãs.
«mbv» é, simplesmente, um reencontro. Um recuperar de memórias sob o pretexto de criar algo novo que, na verdade, é apenas uma actualização de nostalgia. Para quem esteve tanto tempo ausente, é um abraço sentido.
